O senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) afirmou que a operação de que cumpriu mandados de busca e apreensão em suas empresas em Alagoas e em suas residências em Maceió e Brasília, nesta terça-feira (14), foi " invasiva e arbitrária" e busca constrangê-lo.
"A defesa do senador Fernando Collor repudia com veemência a aparatosa operação policial realizada nesta data em sua residência. A medida invasiva e arbitrária é flagrantemente desnecessária, considerando que os fatos investigados datam de pelo menos mais de dois anos, a investigação já é conhecida desde o final do ano passado, e o ex-presidente jamais foi sequer chamado a prestar esclarecimentos", disse, em nota publicada no final da manhã.
O senador diz que, por duas vezes se colocou à disposição para ser ouvido pela PF, "sendo que nas duas vezes seu depoimento foi desmarcado na véspera." "Medidas dessa ordem buscam apenas constranger o destinatário, alimentar o clima de terror e perseguição e, com isso, intimidar futuras testemunhas."
Por fim, o senador assegura que a medida "invasiva traduz os tempos em que vivemos, em que o Estado Policial procura se impor ao menoscabo das garantias individuais seja do ex-Presidente, do Senador da República, ou do simples cidadão."
"Se nem os membros do Senado Federal estão livres do arbítrio, o que se dirá do cidadão comum, à mercê dos Poderes do Estado?", finalizou.
O senador e ex-presidente da República foi citado na lista de pedidos de abertura de inquéritos entregue pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao STF (Supremo Tribunal Federal). O ex-presidente foi citado na delação premiada do doleiro Alberto Yousseff como um dos beneficiários do esquema de corrupção na Petrobras. Ele também foi citado pelo dono da UTC, Ricardo Pessoa, em seu depoimento à Justiça. O empreiteiro afirma ter pago R$ 20 milhões a Collor entre 2010 e 2012 em troca da influência do senador em negócios com a BR Distribuidora.
Busca em Brasília teve bate-boca: A busca no imóvel do senador em Brasília foi marcada por um bate-boca entre agentes da Polícia Federal e integrantes da polícia legislativa do Senado. Seis agentes da Polícia Federal deixaram o apartamento funcional ocupado pelo senador por volta das 9h40 levando um malote. Os agentes saíram depois de cumprirem um mandado de busca e apreensão no imóvel.
De acordo com o advogado-geral do Senado, Alberto Cascaes, a PF levou um chaveiro para abrir as portas. "Trouxeram o chaveiro, arrombaram a porta, pegaram o que queriam e foram embora sem dar satisfação", disse o advogado que representa a Casa Legislativa.
Ainda segundo Cascaes, a PF se recusou a apresentar o mandado de busca à polícia legislativa e não deixou ninguém entrar no apartamento. (UOL)