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Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), através da “Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019: Acidentes, doenças transmissíveis, atividade sexual, características do trabalho e apoio social” trazem informações alarmantes sobre a violência em Pernambuco: 1,1 milhão de pessoas com mais de 18 anos sofreram algum tipo de violência ao longo daquele ano.
O levantamento, feito junto ao Ministério da Saúde e envolveu visitas a 4.560 municípios de agosto de 2019 até março de 2020. Seus resultados mostram que os grupos sociais tradicionalmente mais vulneráveis foram os mais penalizados pela violência. No recorte de gênero, o percentual de mulheres atingidas por ações violentas é de 17,2% das pernambucanas, contra 14% dos homens. No Recife, que apresenta sozinho uma taxa de violência maior que a do estado (20%), 21,9% das mulheres e 17,6% dos homens foram vítimas.
A questão racial também se mostrou um fator determinante. Entre as vítimas de ações violentas apontadas pelo estudo, 20,1% dos negros sofreram violência no estado, contra 15,4% dos que se declaram pardos, índice próximo aos 15,6% de brancos que foram vítimas.
Juventude
A idade também se mostrou um fator de risco, sendo mais provável sofrer violência no estado quanto mais jovem a pessoa for. De acordo com os dados do IBGE, 22,4% das pessoas entre 18 e 29 anos foram vítimas de violência, frente a 8,5% no grupo acima dos 60 anos de idade. Analisando apenas o Recife, o índice de violência contra idosos é semelhante ao registrado no estado (8,4%), mas no grupo que vai dos 20 aos 29 anos, o percentual salta para 30,9%.
Os impactos da violência em cada grupo também são distintos. Ao todo, 148 mil pessoas afirmaram ter deixado de realizar suas atividades cotidianas habituais devido à violência sofrida, o que significa 13,2% do total.
Quando olhamos os números mais de perto, nota-se que o impacto é muito maior entre as mulheres: enquanto 8,2% dos homens alegam ter deixado afazeres como consequência da violência, entre mulheres o percentual mais do que dobra, vai a 16,5%.
Violência psicológica
Observando o tipo de violência sofrida, percebemos que a violência psicológica prevaleceu entre 15% dos pernambucanos com 18 anos ou mais. A maioria, outra vez, é feminina: o percentual delas é de 16,3%, enquanto a incidência de violência psicológica atingiu 13,3% dos homens em Pernambuco.
No Recife, onde a situação é mais crítica, 20,9% das mulheres e 16% dos homens foram vítimas de violência psicológica. Analisando a população do município como um todo, 18,8% dos recifenses sofreram com esse tipo de ação violenta.
Analisando por faixa etária, 21,5% dos pernambucanos de 18 a 29 anos afirmaram ter sofrido com
violência psicológica em 2019. No grupo de 60 anos ou mais, o percentual é de 8,1%. No recorte racial, 19,2% dos pretos, 14,5% dos pardos e 15,1% dos brancos foram vítimas.
Violência física e sexual
Segundo a pesquisa, em 2019 224 mil pernambucanos sofreram com violência física, o que equivale a 3,2% da população com mais de 18 anos. Novamente, o percentual é maior entre mulheres (3,4%) que homens (2,8%). Na categoria da violência sexual, 4,3% da população foi vítima desse tipo de agressão pelo menos uma vez na vida. A incidência foi de 6,7% entre mulheres e 1,3% entre os homens.