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"É uma oportunidade única". A frase resume bem o sentimento da professora de inglês do campus Petrolina Zona Rural do IF Sertão-PE, Gleiciana Baracho. Durante seis semanas, sua vida ganhou novos contornos ao participar do Programa de Desenvolvimento Profissional para Professores de Língua Inglesa nos Estados Unidos (PDPI).
Foi na University of Missouri - Kansas City onde Gleiciana vivenciou, nos meses de janeiro e fevereiro deste ano, uma experiência de aprendizado que levará para vida. Juntamente a mais de 400 profissionais de todo Brasil, a docente foi selecionada, através de edital da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) em parceria com a Comissão para o Intercâmbio Educacional entre os Estados Unidos e o Brasil (Comissão Fulbright), para capacitação.
Lá eles puderam aprender muito além de teoria. A vivência na universidade, em escolas públicas, o contato com professores americanos e de outras instituições do Brasil, a prática intensa da língua foram apenas alguns dos pontos de destaque. "Tínhamos aulas todos os dias das 9h às 16h, de Metodologia de Ensino, Linguagem e Cultura Americana, além de observação em salas de aula de ensino médio, superior e fundamental, workshops em relação a práticas de ensino de língua inglesa como segunda língua", explicou Gleiciana.
O programa permitiu uma análise, ainda que breve, do sistema educacional americano e sua comparação com o brasileiro, das metodologias utilizadas, da relação entre professores e gestão das instituições. Uma das questões observadas pela professora, por exemplo, foi o uso de tecnologia em sala de aula. "Aqui no Brasil a gente fica muito preso a não usar a tecnologia ou usar de maneira limitada. Lá eles usam de forma muito estruturada. A tecnologia é aliada do professor. Claro que as condições são diferentes, mas a gente vê que a tecnologia não é inimiga e o aluno é muito mais autônomo que o brasileiro. O professor é mais um orientador de atividades", disse.
As atividades culturais foram um capítulo à parte, que possibilitaram também minimizar o choque que existe naturalmente para quem sai de um país para outro. São hábitos, comidas, clima e até mesmo relações interpessoais diferentes. "A gente aprende que muitas questões da linguagem estão totalmente ligadas à cultura e isso é importante porque pode passar para o nosso aluno que aprender uma língua não é só gramática e vocabulário. É outro aprendizado que trouxe para cá, respeitar as diferentes culturas. E até mesmo dentro da própria instituição que nós trabalhamos têm pessoas não só de outros estados mas de outras vivências", afirmou Gleiciana.
Ao final da capacitação, os professores envolvidos tiveram que apresentar um projeto que pudesse ser aplicado na sala de aula no Brasil ou algo que já fosse desenvolvido, desde que usasse tecnologia. Ao lado do docente do IFPE, Roberto França, Gleiciana apresentou um projeto de leitura com inglês instrumental, com alunos do Superior ou Subsequente. "Essas parcerias, troca de experiências, de atividades são muito importantes".
Gleiciana foi a única professora do IF Sertão-PE a participar da capacitação neste ano. Aos professores de língua inglesa de escola pública, para quem é voltado o programa, ela incentiva a participação. "É um programa que todos os professores de escola pública devem tentar. Nós temos que ficar atentos a esse tipo de bolsa. É uma oportunidade única", reiterou, destacando ainda o apoio da instituição como fundamental. "É muito importante a instituição reconhecer que esse profissional vai voltar mais capacitado, compartilhando experiências e trazendo ideias".