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Um grupo de 14 brasileiros está preso na Flórida quando tentava entrar ilegalmente de barco das Bahamas para os EUA. Segundo informações do Itamaraty, eles usaram a mesma rota ilegal utilizada pelos 14 brasileiros que estão desaparecidos desde o dia 6 de novembro.
A rota já é conhecida. Há registro de brasileiros detidos nas Bahamas desde 2011, acusados de tentar emigrar ilegalmente nos EUA. De acordo com a Folha de São Paulo, foram 65 detidos em 2012, 55 em 2013, 50 em 2014, 56 em 2015 e este ano deve ter ligeira alta, chegando a 70. Além dos brasileiros que são presos quando tentavam chegar em terra americana, há os brasileiros detidos ao chegar no país, porém o governo não faz nenhuma notificação compulsória, ou seja, os Estados Unidos só informa ao governo brasileiro quando há autorização do detido.
Segundo a diretora do departamento Consular e de Brasileiros no Exterior, Luiza Lopes da Silva, muitos preferem a rota de Bahamas porque a entrada pela fronteira do México está cada vez mais perigosa, por causa da atuação dos cartéis do tráfico. "E a travessia feita a pé pelo deserto também é insegura e muitos sofrem desidratação", disse.
Governo Trump
Silvia ainda diz que há um efeito "últimos dias de Obama". "Muitos brasileiros com quem conversamos lá nos EUA dizem que parentes ou amigos estão acelerando a ida para o país, porque querem chegar antes de Donald Trump assumir, no dia 20 de janeiro", explicou. O presidente eleito prometeu endurecer a repressão à imigração ilegal.
O barco com os 14 brasileiros seria deixado em Bahamas no dia 6 de novembro. No dia 15 do mesmo mês, familiares entraram em contato com a embaixada brasileira em Nassau, relatando o desaparecimento dos entes. As guardas costeiras dos EUA e das Bahamas fazem buscas pelo barco e monitoram por satélite. Nenhum naufrágio foi registrado, segundo o Itamaraty.
A Folha de São Paulo, que apurou o caso, disse que as autoridades trabalham com dois cenários mais prováveis. No primeiro, os brasileiros continuam nas Bahamas, detidos pelos coiotes, que suspenderam a travessia com medo de serem interceptados e estão mantendo os brasileiros incomunicáveis. O segundo cenário é o de que eles estariam no barco, à deriva ou ancorados em algum lugar.
A agência entrou em contato com um oficial de imigrações no centro de detenção na Flórida, mas não houve retorno. (JC Online)