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Autor do pedido, apresentado há 23 anos na Câmara dos Deputados, de impeachment que resultou no afastamento de Fernando Collor de Mello, o jurista Marcello Lavenère, de 77 anos, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), disse que o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) não tem semelhança com o ocorrido em 1992.
Marcello Lavenère afirma que não base na Constituição brasileira para o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Ele considera o pedido de impeachment de Dilma Rousseff um golpe, com articulação de políticos de oposição que já anunciavam antes da posse da presidente que sofreria um impeachment e seria afastada do cargo.
Segundo ele, o pedido de impeachment foi uma reação da sociedade civil contra atos irregulares do ex-presidente Collor e no caso de Dilma o pedido não tem apoio manifestado de entidades da sociedade civil como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) e Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), como ocorria do caso de afastamento do ex-presidente.
Lembra que não há denúncias consistentes, nem comprovação do envolvimento direto de Dilma Rousseff.
"Eu entendo que não está totalmente afastada a possibilidade de golpe porque antes mesmo antes da posse da presidente, pouco depois das eleições, os opositores da hoje presidente Dilma diziam que sofreria um pedido de impeachment e não iria exercer o mandato. Diziam claramente que iria sofrer impeachment e não iria governar. O que está se preparando é um golpe sem nenhuma garantia constitucional prevista. Seria, sim, um golpe paraguaio, o que significa que não seria feito por militares, mas um golpe branco, um golpe dado a partir de um movimento político. O pedido de impeachment hoje é, sem dúvida, uma tentativa de golpe", falou o ex-presidente da OAB, que tem escritório de advogacia e reside em Brasília.