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Após três meses de impasse, protestos e paralisações, chegou a hora do julgamento do dissídio dos rodoviários da Região Metropolitana do Recife. A audiência no Tribunal Superior do Trabalho (TST), em Brasília, está marcada para esta segunda-feira (19), às 12h30, horário de Pernambuco. A expectativa da classe é de que os reajustes de 12%, nos salários, e de 59,57%, no vale-alimentação, sejam concedidos, como havia sido decidido pelo Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT6) em 15 de julho, pondo fim à greve de dois dias de motoristas, cobradores e fiscais de ônibus. Duas semanas depois, a conquista foi derrubada para um aumento linear de 9%. Parte da categoria não descarta cruzar os braços novamente se não tiver os anseios atendidos.
De acordo com o assessor de comunicação do Sindicato dos Rodoviários, Genildo Pereira, a expectativa é de que as dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores, como as que motivaram o protesto da última sexta-feira (16), sejam levadas em conta pelo TST. Na ocasião, a categoria se manifestou contra a falta de banheiros nas estações do BRT, além de problemas com a segurança. "Nossas dificuldades foram levadas ao presidente do Tribunal, no mês passado. São pessoas que sofrem, diariamente, com a falta de condições de trabalho e com humilhações. Esperamos que haja sensibilidade para devolver, pelo menos, o aumento conquistado legitimamente pelos trabalhadores", declarou.
Com o reajuste de 9%, a remuneração de motoristas foi de R$ 1.765,50 a R$ 1.924 - antes, iria a R$ 1.976 -, e a de cobradores, de R$ 812 a R$ 885 - chegaria a R$ 909,76. Já o benefício referente à alimentação, que passaria de R$ 188 para R$ 300, ficou em R$ 202. Rechaçar uma eventual manutenção desses valores dependerá dos trabalhadores, segundo Aldo Lima, opositor ao Sindicato dos Rodoviários e uma das lideranças de manifestações realizadas nos últimos meses. "Se for contra o que a categoria quer, vai depender dela parar ou não. Daremos todo o apoio", declarou.
Já o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros no Estado de Pernambuco (Urbana-PE), Fernando Bandeira, disse não acreditar que os percentuais de aumento pedidos pelos funcionários serão concedidos. "Esperamos que os números atuais sejam mantidos. São razoáveis. Por conta da recessão que o País enfrenta, temos visto acordos sempre inferiores à inflação. Não acho que, neste caso, será diferente", afirmou.
Fonte: Folha-PE