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E-mails trocados entre executivos do grupo Odebrecht indicam que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva agiu para beneficiar interesses da empreiteira na África e na América Latina durante o seu governo. As mensagens foram encontradas pela Polícia Federal em computadores da Odebrecht durante buscas realizadas pela Operação Lava Jato, que investiga a corrupção na Petrobras e em outras empresas estatais.
Em uma das trocas de mensagens, datada de 11 de fevereiro de 2009, o executivo da Odebrecht Marcos Wilson pede ajuda do então ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, durante um encontro entre Lula e o então presidente da Namíbia, Hifikepunye Pohamba, para fazer lobby a favor da empreiteira na construção da obra da hidrelétrica de Baynes, na fronteira daquele país africano com Angola.
A resposta do ministro de Lula veio poucas horas depois: "Estive e o PR fez o lobby. Aliás, o PR da Namíbia é quem começou - disse que será licitação, mas que torce muito para que os brasileiros ganhem, o que é meio caminho andado".
Os e-mails também trazem relatos de encontros e conversas entre o presidente da Odebrecht, Marcelo Bahia Odebrecht, e o pai dele, Emílio Odebrecht, com Lula no Brasil e no exterior. As mensagens também descrevem como autoridades federais foram procuradas pela Odebrecht para tratar de obras da empreiteira em países como Peru, Cuba, República Dominicana e Venezuela.
Outro lado
Questionado sobre o relacionamento do ex-presidente com os empresários, o Instituto Lula afirmou que há uma "repetitiva, sistemática e reprovável tentativa de alguns órgãos de imprensa" de criminalizar a atuação lícita, ética e patriótica do petista na defesa de interesses nacionais. "Temos a absoluta certeza da legalidade e lisura da conduta do ex-presidente", diz a nota da entidade.
A Odebrecht também negou, por meio de nota, que sua relação com autoridades federais tivessem sido impróprias: "A Odebrecht esclarece que os trechos de mensagens eletrônicas divulgados apenas registram uma atuação institucional legítima e natural da empresa e sua participação nos debates de projetos estratégicos para o País -nos quais atua, em especial como investidora".
A empresa também criticou que tenham vindo a público e-mails que não tem qualquer relação com a investigação da Operação Lava Jato. Sobre a hidrelétrica de Baynes, a empreiteira frisou que o projeto não foi realizado.
(Fonte: Folha-PE)