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Gerou forte repercussão na Casa Plínio Amorim, na noite de ontem (22), a agressão praticada por seis guardas municipais de Petrolina ao vendedor ambulante Osvaldo Pereira Linhares. O fato ocorreu na tarde da última sexta-feira (18), durante solenidade de entrega de 900 unidades do Residencial Brasil, do programa 'Minha Casa Minha Vida'.
Em discursos inflamados, alguns vereadores criticaram duramente a atitude dos guardas. Betão, por exemplo, apresentou requerimento à Mesa Diretora, cobrando do prefeito Julio Lossio, em regime de "urgência urgentíssima", a abertura de um processo administrativo contra os guardas.
Sem generalizar, o vereador lamentou as "cenas de selvageria" praticadas por alguns integrantes da Guarda Municipal, que deveriam "promover a segurança dos cidadãos petrolinenses". Betão se disse indignado com a "truculência" dos profissionais ao vendedor, que era um dos contemplados com um apartamento no Residencial e aproveitou para comercializar água mineral e pipocas no local, sendo impedido pelos guardas. Betão lembrou que essa não é a primeira vez que fato semelhante é protagonizado pela Guarda.
Ronaldo Cancão ratificou as palavras do colega ao citar que os permissionários do Ceape também são intimidados pelos guardas municipais. O vereador fez questão, no entanto, de não generalizar. "Não são todos os guardas que agem dessa forma", ponderou.
Outro que bateu forte foi Dr.Pérsio Antunes. Ele também deixou claro que a Guarda merece o respeito dos petrolinenses, mas alguns abusam do poder. O vereador tachou ainda a Secretaria de Ordem Pública mais parece hoje uma "desordem pública", haja vista as invasões de terrenos e praças na cidade, sem medidas enérgicas do órgão. "Quando não é amigo do rei, nem pintou o carrinho de verde, acontece isso", alfinetou, referindo-se às agressões ao ambulante. "Um pai de família que foi covardemente agredido porque tentava vender pipoca para sustentar sua família", completou. Dr.Pérsio lamentou ainda o fato de a Polícia Civil não ter realizado o exame de corpo delito na vítima, após ser levada pelos guardas.
Direitos
Após receber a solidariedade dos vereadores, o vendedor ambulante disse a que vai atrás dos seus direitos. Inconformado, Osvaldo revelou ter recebido choques elétricos e até spray de pimenta nos olhos, antes de ser algemado. Ele contestou a informação de que estaria num local inadequado para comercializar seus produtos, conforme justificativa da Guarda (confiram pelas próximas horas). Natural de Araripina, no Sertão do Araripe, ele mora em Petrolina há 36 anos e disse nunca ter passado por uma situação dessas. "Eles só vão atrás dos pais de família. Dos bandidos eles não vão", desabafou Osvaldo, que é casado e pai de três filhos (além de três enteados).(Fonte:Carlos Britto)